
No editorial da edição de maio da revista Dragões, André Villas-Boas assumiu frontalmente a responsabilidade pelos insucessos desportivos do FC Porto esta temporada. A publicação surge na véspera de se completar um ano desde a sua tomada de posse como presidente do clube.
“Os factos são violentos, sobretudo os relacionados com uma época desportiva que ficou aquém das expectativas”, reconheceu Villas-Boas, numa mensagem dirigida aos sócios e adeptos. Com os dragões atualmente no terceiro lugar da Liga, afastados das restantes competições, o líder portista garantiu estar focado na construção de um “futuro melhor”, sustentado numa estratégia de valorização de ativos e rigor financeiro.
Apesar dos resultados desapontantes no plano desportivo, Villas-Boas destacou os progressos institucionais e estruturais do clube. Sublinhou a melhoria da situação financeira, o cumprimento das exigências da UEFA e a redução do passivo, frisando que o FC Porto “honra os seus compromissos” e prepara um futuro “sustentável e equilibrado”.
Entre os destaques da sua presidência, mencionou ainda a criação da Fundação FC Porto, o lançamento das equipas de futebol feminino e futsal, o aumento de 14% no número de sócios, a requalificação do Estádio do Dragão, e a aprovação do projeto para o novo Centro de Alto Rendimento.
A internacionalização da marca FC Porto também mereceu relevo, com o ambicioso objetivo de abrir 100 escolas pelo mundo até 2032. Villas-Boas recordou ainda a emissão das Dragon Notes, uma operação financeira de alcance internacional, como prova da confiança recuperada junto de instituições financeiras.
O presidente dos dragões não deixou de abordar a auditoria forense em curso, referindo que o clube obteve “legitimidade para responsabilizar os culpados” por alegados danos causados por administrações anteriores, garantindo a continuidade de ações judiciais para “reparação integral”.
No encerramento do editorial, Villas-Boas agradeceu o apoio das estruturas diretivas e apelou à união da massa adepta: “O FC Porto já não volta para trás. Passou apenas um ano, seguem-se tantos outros de azul e branco ao peito e com mais taças na mão. Unidos, a vencer.”